GOVERNO GREGO DEIXA MERCADOS EM PÂNICO DEPOIS DE PROPOR REFERENDO AO PLANO DE RESGATE EUROPEU

Papandreou surpreendeu os líderes europeus com esta medida "falsamente" populista...

Os ministros gregos expressaram hoje, de forma unânime, o seu total apoio relativamente à decisão do primeiro-ministro, George Papandreou, de submeter a referendo o novo plano de ajuda financeira. Consulta deverá realizar-se em Dezembro, e não em Janeiro, adiantou o ministro do Interior. O apoio foi manifestado no âmbito de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, convocada de urgência por Papandreou, cuja 'maratona' decorreu às portas do debate de hoje no parlamento de Atenas sobre a moção de confiança ao Governo - solicitada pelo próprio primeiro-ministro - e que se espera que seja votada já na sexta-feira. Segundo indicou Ilias Mossialos o referendo deve realizar-se "o mais rápido possível", isto é, assim que os princípios base do acordo sejam definidos. O primeiro-ministro grego causou apreensão entre os parceiros europeus e semeou o pânico nos mercados bolsistas ao anunciar na segunda-feira a realização de um referendo ao plano de resgate, porque se os eleitores gregos votarem "não", tal poderá significar o fim do euro. O plano inclui o perdão de 100 mil milhões de euros da dívida do país a bancos privados e novos empréstimos da comunidade internacional à Grécia no valor de 100 mil milhões de euros. Mas impõe, em contrapartida, pesados sacrifícios ao país e provocou contestação social generalizada em reacção à brutal queda do nível de vida de uma grande fatia da população. A crise da dívida deverá ocupar um lugar de destaque na agenda do Presidente Obama na cimeira do G20 em Cannes (França), na qual participará quinta e sexta-feira, estando igualmente previstas reuniões bilaterais com o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.