Merkel e Sarkozy pedem "restauro" nos mercados das afirmações do primeiro-ministro grego
Iniciativa de Papandreou continua a gerar perplexidade em toda a Europa. Merkel e Sarkozy estarão esta noite com o primeiro-ministro grego, em antecipação da cimeira do G20. Em Atenas, corre a justificação de que o referendo, que deverá ser marcado para Dezembro, foi precipitado pelo receio da iminência de um golpe militar. De todos os cantos da Europa continuam esta manhã a chover manifestações de perplexidade e protestos velados contra a iniciativa do primeiro-ministro grego de convocar um referendo sobre as medidas de austeridade exigidas pelos parceiros internacionais a troco do empréstimo que está a permitir à Grécia evitar entrar em “bancarrota”. Depois de diversos contactos telefónicos, Angela Merkel, chanceler alemã, e Nicolas Sarkozy, presidente francês, terão esta noite a oportunidade de falar, cara a cara, com George Papandreou, num encontro em que participarão igualmente a secretária-geral do FMI, Christine Lagarde, e o novo presidente do BCE, Mário Draghi. O objectivo é tentar perceber o que levou o primeiro-ministro grego a surpreender o mundo com o anúncio, na segunda-feira ao fim do dia, de que irá realizar uma consulta popular em torno dos sacrifícios que estão a ser exigidos à população, por contrapartida de uma ajuda externa que está a conseguir manter a Grécia no euro, ainda que "em respiração artificial". Sem já grande margem para forçar recuos – a decisão de convocar a consulta popular foi aprovada, por unanimidade, por todo o Governo grego – os líderes europeus preparam-se para exigir a Atenas que clarifique, o quanto antes, os possíveis cenários políticos, o que passa, desde logo, por marcar o referendo para a data mais próxima possível, mas também por desvendar que pergunta tenciona o Governo efectivamente colocar aos gregos, tendo em conta que a resposta terá de ser binária: sim ou não.