Quinze pessoas morreram esta sexta-feira em manifestações organizadas em diversas cidades sírias. Dezassete faleceram durante um protesto na cidade de Deraa. Agentes da polícia, vestidos à civil, terão, alegadamente, disparado, munições reais, para dispersar os manifestantes que reclamavam reformas. As imagens da televisão estatal mostram uma outra perspetiva, alegados, manifestantes encapuzados e armados. O governo tenta alimentar a tese de que os autores deste massacre são grupos armados, infiltrados entre os manifestantes. As imagens da violência que chegam do país são, na sua maioria, de vídeo amador. Os sírios protestam contra as promessas, não cumpridas, de alterações governamentais e de reformas estruturais.
Por seu lado, o governo tenta dominar a população, desde meados de março, com repressão policial. As autoridades sírias negam a repressão exercida sobre os manifestantes pró-democracia e prometem apertar o cerco aqueles a que chamam de “conspiradores.” Esta sexta-feira, milhares de pessoas saíram à rua em várias cidades para pedir a queda do regime. A Organização nacional dos direitos do Homem, garante que só em Deraa, epicentro da contestação, 19 pessoas foram mortas a tiro ou asfixiadas pelas granadas de gás lacrimogéneo. O ministro do Interior apresenta outra versão e sustenta que as vítimas mortais são membros das forças da ordem. O regime aponta o dedo, e passo a citar, a “grupos armados” aos quais promete fazer frente em nome da estabilidade nacional. O uso da força e as novas ameaças não silenciam os manifestantes. A onda de contestação na Síria que se arrasta desde meados de março já terá provocado mais de uma centena de mortos.