A CIP - Confederação Empresarial de Portugal defendeu nesta quinta-feira que a redução da Taxa Social Única (TSU) deve ser acompanhada do aumento dos horários de trabalho. Na indústria, por exemplo, isso significaria atingir as 42 horas semanais, afirmou António Saraiva na apresentação das medidas que a CIP gostaria de ver reflectidas no programa do próximo Governo. O dirigente salientou que uma descida de quatro pontos percentuais na TSU não é suficiente, ainda que também tenha sublinhado que a redução não deve ser igual para todas as empresas. Assim, em vez de se aplicar uma medida mais dura, a CIP defende um ‘mix' de iniciativas "para atingir o mesmo objectivo que é a redução do custo de trabalho", acrescentando que aumentar "um pouco o tempo de trabalho" pode ser um caminho paralelo ao corte das contribuições das empresas. "Porque não voltarmos às 42 horas?" na indústria, exemplificou o dirigente, salientando que em causa estão mais 20 minutos de trabalho por dia. Ao Diário Económico, António Saraiva clarificou depois que o aumento devia ser proporcional noutros sectores. "Nos serviços, por exemplo, temos 35 horas; a ideia era aumentar proporcionalmente". António Saraiva disse ainda aos jornalistas que a chanceler alemã Angela Merkel "não falou verdade" quando deu a entender que outros países europeus - incluindo Portugal - têm mais dias de férias e reformam-se mais cedo. No âmbito do mercado laboral, a CIP voltou a salientar que é necessária uma maior flexibilização e defendeu o fim do subsídio de desemprego mínimo, que hoje corresponde a 419,22 euros.