O governo americano ultrapassou o limite legal da dívida, fixado em 14,3 biliões de dólares (10,1 biliões de euros), há precisamente nove dias. Como os gastos superam largamente a receita, a administração decidiu adoptar "medidas extraordinárias" para não comprometer o limite autorizado pelo Congresso, nomeadamente a suspensão de pagamentos aos fundos federais de pensões de reforma e invalidez, para travar o aumento das suas dívidas a terceiros. No entanto, refere o Tesouro, ficará sem alternativas a 2 de Agosto. Mas não só. Na ausência de um "Plano B" é inevitável que o governo americano entre em incumprimento. Política à parte, a solução é óbvia: aumentar a receita sem subir impostos. Um sistema fiscal mais simples com uma base tributária mais alargada pode estimular a receita e baixar os juros. Eis o elemento chave do plano Bowles-Simpson, subscrito pelo senador Republicano Tom Coburn, figura de proa na defesa de um acordo orçamental bipartidário, mau grado o desacordo do seu partido. Em Agosto a solução poderá passar por uma estratégia de "metas e mecanismos desencadeadores". Ou seja, por combinar, numa fase inicial, cortes na despesa e metas para os défices futuros com medidas automáticas para reduzir a despesa ou aumentar impostos no caso de as metas serem ultrapassadas. Os Republicanos querem mecanismos desencadeadores para reduzir automaticamente a despesa, mas opõem-se à subida automática de impostos. (in, Clive Crook, Colaborador do "Financial Times", tradução de Ana Pina).