LOUÇÃ ATACA SÓCRATES NA FRENTE SOCIAL

Sócrates teve o descaramento de responsabilizar o BE da crise política criada em Portugal

Num debate em que José Sócrates e Francisco Louçã lutaram para captar o eleitorado de esquerda, o líder dos bloquistas jogou sempre ao ataque e já levava no bolso um dos temas que dominaram o frente-a-frente: uma carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em que o governo admitia “grande redução das contribuições patronais para a Segurança Social”. “Queria ter uma conversinha sobre Segurança Social”, disse Louçã logo a abrir o debate, questionando o primeiro-ministro sobre “quanto e porquê” pretende reduzir a taxa social única (TSU). O primeiro-ministro, que foi confrontado com esta questão várias vezes ao longo do debate, disse que “qualquer redução da TSU deve ser feita quando houver margem orçamental”, defendendo que o acordo com a troika deixa “margem” para outras opções, como a “reestruturação do IVA”.
Depois acusou os bloquistas de – ao defenderem a reestruturação da dívida – promoverem uma solução “absolutamente irresponsável” que levaria “ao desemprego e à miséria”, tal como aconteceu em outros países que seguiram este caminho. Sócrates insistiu nesta proposta do BE e acusou Louçã de ser responsável pela vinda do FMI para Portugal por ter chumbado o PEC IV: “O BE foi sempre radical, cego e ultra-ortodoxo.” Este foi, até ao momento, um dos debates mais agressivos da campanha. Ao ritmo com que decorreu o frente-a-frente não será alheio o facto de ser decisivo para o PS e para o BE captar o eleitorado de esquerda: o_PS para vencer as eleições e o BE para não descer em relação às últimas legislativas.