No dia em que a capital italiana, Roma, viveu a angústia de um terramoto profetizado há anos, foram os espanhóis de Múrcia que passaram horas de pânico. Ao fim da tarde de ontem, a região foi sacudida por dois fortes sismos de magnitude 4.5 e 5.1 que espalharam a morte e o caos na localidade de Lorca, onde pelo menos dez pessoas morreram, incluindo um menor, dezenas ficaram feridas e outras tantas desalojadas. O epicentro dos sismos localizou-se em Sierra Tercia, na periferia do município de Lorca, o mais atingido. Logo após os abalos, foi o caos e o pânico. Milhares de pessoas fugiram de casa temendo as réplicas enquanto o som das sirenes das ambulâncias se ouvia por toda a cidade. Nas ruas o cenário era dantesco: corpos cobertos por destroços, pessoas a deambularem sem rumo, outras abraçadas e a chorar. Pelo menos dez mil pessoas passaram a noite ao relento, temendo não só novos sismos como também que as casas danificadas pelos sismos ruíssem. Equipas de emergência distribuíam água e alimentos à população. Múrcia fica na zona de maior actividade sísmica de Espanha. Estes sismos foram os mais graves dos últimos 30 anos no país. O Governo português garante que não há lusos entre as vítimas. Coincidência ou não, certo é que muitos esperavam, ontem, um terramoto. Não em Múrcia mas antes em Roma, como foi profetizado há muitos anos pelo astrónomo e sismólogo italiano Raffaele Bendandi (1893-1979). Segundo ele, um sismo de grande intensidade atingiria a Cidade Eterna no dia 11 de Maio de 2011, destruindo o Coliseu e a Basílica de São Pedro. Pelo sim, pelo não, milhares de romanos abandonaram a cidade e refugiaram-se nos subúrbios. Parte do comércio e escolas encerraram e funcionários públicos pediram dispensa. (in, Correio da Manhã).