Um governo económico para a zona euro e uma taxa sobre as transações financeiras, estas são as medidas mais relevantes saídas da cimeira franco-alemã desta terça-feira que serviu para Angela Merkel e Nicolas Sarkozy debaterem soluções para a crise na zona euro. O objetivo dos dois líderes europeus ficou claro. “As nossas propostas destinam-se a reconquistar a confiança dos mercados. Estamos convencidos que com uma ação permanente e com um trabalho profundo, vamos conseguir ganhar essa confiança”, disse Merkel em conferência de imprensa. Mas a confiança não se conquista com palavras ou com medidas que não atacam o problema. O analista Pieter Cleppe, do Open Europe, explica o que na sua opinião está errado na abordagem de Merkel e Sarkozy. “Eles falham em perceber que os problemas na eurozona não se devem à política orçamental mas sim à política monetária. Tudo pelo facto de ser muito difícil ter uma política monetária única para toda a eurozona. Quando a Alemanha estava a crescer muito lentamente, a Espanha e a Irlanda crescer muito rapidamente, logo, taxas de juro muito baixas eram bastante prejudiciais para espanhóis e irlandeses”, refere. Sarkozy e Merkel recusaram reforçar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Quanto aos tão falados títulos conjuntos de dívida europeia, ambos concordaram que será apenas uma solução a longo prazo.