Merkel e Sarkozy falharam em acalmar os mercados, que reagiram hoje em baixa às últimas propostas dos dois líderes europeus, anunciadas ontem em Paris, para (tentar) travar a crise europeia: a criação de um governo económico da zona euro e a imposição de limites à dívida na Constituição dos países que usam a moeda única. Na primeira reacção dos mercados, Londres, Frankfurt, Paris, Madrid, Milão e Lisboa abriram em terreno negativo, em alguns casos com descidas superiores a 1%. No mercado cambial o euro desvalorizava pelo segundo dia consecutivo contra o dólar, negociando nos 1,4342 dólares. "O resultado da reunião, sem um projecto para as ‘eurobonds', não foi convincente", resumia Patrice Perois, da Kepler Capital Markets, à Reuters, numa altura em que os títulos da Deutsche Boerse perdiam 4% e as acções da London Stock Exchange Group cediam 6%. Outra das propostas do eixo franco-alemão é a criação de uma taxa sobre as transacções financeiras. Em Lisboa o PSI 20 escorregava 0,62% para 6.198,93 pontos com os pesos pesados Galp Energia, Jerónimo Martins, EDP e Portugal Telecom todos com sinal negativo. Na banca também ninguém escapava às perdas e o BCP, a cair 0,75% para 0,26 euros, aproxima-se mesmo de um novo mínimo histórico intra-diário. Do lado positivo a Cimpor valorizava 1,57% para 5,17 euros depois de ter apresentado hoje, antes da abertura do mercado, um crescimento de 34% para 132,2 milhões de euros dos lucros do primeiro semestre, desempenho que superou as estimativas dos analistas sondados pela Reuters. (in, Económico).