Três meses depois de ter espiado as comunicações de telemóvel do então jornalista do "Público" Nuno Simas, Jorge Silva Carvalho jurou em tribunal nunca ter exercido até então funções " de recolha ou pesquisa de informações, de tratamento de informações, de análise de informações" nas secretas. Declarações feitas, a 12 de Novembro de 2010, como testemunha no processo contra a "Visão" e o jornalista Rui Costa Pinto. Na altura, em causa estava uma notícia da revista "Visão", de Fevereiro de 2006, que tinha por título "A secreta oculta de Sócrates", em que o jornalista Rui Costa Pinto escrevia que estava em formação uma espécie de secreta paralela, a funcionar à margem da lei, e na dependência directa do primeiro-ministro. José Sócrates e Júlio Pereira apresentaram uma queixa por difamação e, no âmbito desse processo, Silva Carvalho foi ouvido como testemunha. À data da notícia, o consultor da Ongoing era chefe de gabinete de Júlio Pereira que era então director do SIED. No depoimento, a que o i teve acesso, Silva Carvalho falava do processo de análise e recolha de dados pelas secretas e recusava que ele ou alguém do gabinete do secretário-geral do SIED ou ele próprio tenha "algum dia" exercido recolha, pesquisa, tratamento ou análise de informações. Silva Carvalho explicava então que as informações "são uma actividade holística": "Todos os actores da actividade de informações se combinam, digamos assim, para um determinado objectivo." No processo, a revista e o jornalista saíram absolvidos por o artigo não ter sido considerado "ofensivo" pelo tribunal.