PREJUÍZOS DE 27 MILHÕES NA EMEL COLOCAM A EMPRESA EM RISCO

como sempre as empresas públicas portuguesas gastam muito mais do que podem pagar

A Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), tutelada pela Câmara Municipal de Lisboa, tem um passivo de quase 27 milhões de euros. De acordo com o relatório e contas de 2010, o passivo aumentou 3,3 milhões face ao ano anterior. A rubrica que mais pesa nas contas da empresa é a dívida aos fornecedores, de 13 milhões, mais três milhões que em 2009. Já o valor recebido pela empresa em forma de financiamentos mantiveram-se ao mesmo nível, representando 3,7 milhões de euros. Por diferimentos - despesas contabilizadas este ano, mas só são pagas no ano seguinte - o passivo regista 738 mil euros, e ao Estado e outras entidades públicas, a EMEL deve 328 mil. Soma-se a estes valores quase três milhões de euros de contas pendentes. Apesar do exercício positivo com resultados líquidos de 537 mil euros apresentado pela empresa, sem a transferência de milhões de euros por parte da Câmara Municipal de Lisboa (CML), a EMEL, assim como a maioria das empresas municipais, apresentariam resultados negativos. Os autarcas são obrigados, por lei, a cobrir os valores negativos das empresas municipais e por isso injectam milhões de euros nos seus cofres. Mesmo assim, não é suficiente para travar o crescimento dos passivos, que se têm agravado de ano para ano. O maior gasto de 2010 da empresa foi com fornecedores e serviços externos. À semelhança do que acontece noutras empresas municipais, também nesta empresa os gastos com o pessoal representam uma fatia significativa da despesa.