O número de pessoas que procura ajuda para comer aumentou 30 por cento em Portugal desde 2008, altura em que a situação económica piorou, disse à Lusa o vice-presidente do Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA). Apesar de os "tradicionais sem-abrigo, que dormem na rua", não terem aumentado, nota-se "um aumento grande nas famílias e pessoas carenciadas", avançou Nuno Jardim. "A maior parte são pessoas que estão sozinhas, perderam os empregos, têm dificuldades financeiras e vão pedir ajuda para tomar uma refeição", explicou, sublinhando que "o conceito de sem-abrigo, de acordo com o plano nacional, engloba essas situações". Admitindo ser muito difícil contabilizar os sem-abrigo, até porque "conseguir recolher informação é complicado, porque eles mudam muito de local", Nuno Jardim refere que, pela observação possível, o número de pessoas que pedem refeições "aumentou à volta dos 30 por cento" desde 2008. "Notamos esse aumento das dificuldades desde 2008", adiantou, acrescentando que "este ano têm aparecido mais pessoas, mas é já resultado dos outros anos". A região mais afectada é, segundo este responsável, o Algarve porque, "só por si, já é uma região pobre", sendo que o "distrito de Faro" foi o que registou um crescimento maior destas situações.