MEDIDAS E CORTES BRUTAIS DO GOVERNO TERÃO FORTE CONTESTAÇÃO POPULAR

indiferente ao sofrimento da classe média, o Governo limita-se a cumprir metas do défice

Vai ser o ministro Vítor Gaspar a anunciar, esta manhã, "cortes brutais" aprovados num Conselho de Ministros que durou dez horas e que ficou marcado por alguma surpresa e tensão. Receia-se uma forte contestação social. O "esforço colossal" está a colocar Passos e o seus ministros entre a espada e a parede. Os anunciados cortes "brutais" abrem as portas à ameaça de "contestação social" - um cenário admitido no Governo -, "inevitável" perante a dureza das medidas de austeridade. A justiça e a equidade social prometida por Passos Coelho está "condicionada" pela realidade de cortes "cegos" em áreas sensíveis. O Governo prepara-se para enfrentar um "Outubro quente". O clima "denso" e a "tensão"que atravessaram as dez horas de reunião do Conselho de Ministros são os sintomas mais visíveis dessa preocupação. Pressionado, o Governo está em contra-relógio: o BCE quer Portugal a cumprir o plano da 'troika' como deve ser; a 'troika' exige mais e pede a antecipação de medidas da reforma da legislação laboral. E nem o cenário internacional ajuda. A Alemanha já estabeleceu limites ao endividamento. França, Itália e Chipre vão reforçar as medidas de austeridade. Como resolver a crise? Sarkozy e Merkel vão apresentar um "plano conjunto"antes do final do Verão.