BIC FICA COM BPN MAS DESPEDE A MAIORIA DOS FUNCIONÁRIOS

BIC manterá 750 funcionários; Estado pagará aos restantes as respectivas indemnizações

O governo decidiu vender o Banco Português de Negócios ao BIC, entidade de capitais angolanos liderada por Mira Amaral. Este banco ofereceu 40 milhões de euros pelas acções do BPN e a "celebração do contrato formalizando a transacção deverá ocorrer num prazo máximo de 180 dias", incluindo todas as autorizações legais necessárias, segundo comunicado do Ministério das Finanças divulgado ontem, último dia dado pela troika para que o governo encontrasse um comprador para o BPN. O Estado e o BIC vão agora ultimar os pormenores do negócio, tendo já ficado acordado que caso este banco venha a conseguir um lucro acumulado superior a 60 milhões de euros nos próximos cinco anos, "será pago ao vendedor uma percentagem de 20% sobre o respectivo excedente, a título de acréscimo de preço" - ou seja, se o banco conseguir acumular 65 milhões de lucro nos próximos cinco anos, o Estado receberá mais um milhão de euros. Também ficou definido que "a recapitalização do BPN, prévia à transmissão das acções, ascenderá a cerca de 550 milhões de euros", a serem realizados pelo Estado. Segundo as Finanças, o BPN custou aos contribuintes até agora 2,4 mil milhões de euros.