O governo admite subir o IVA para compensar o corte na taxa social única (TSU) suportada pelas empresas, indica o estudo do Ministério das Finanças divulgado ontem à noite. O corte na TSU - a parte das contribuições pagas à Segurança Social pelas empresas - foi uma medida imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar desvalorizar artificialmente as exportações portuguesas, tornando-as mais competitivas. Na prática equivalerá a um corte indirecto no poder de compra, admite o governo: os consumidores vão subsidiar, pelo menos parcialmente, o corte dos encargos patronais. Apesar de ser puramente técnico, o estudo abre mais pistas sobre o que poderá acontecer. Em primeiro lugar, caso seja aplicado a todas as empresas o corte na TSU será de 3,75 pontos, muito inferior ao que o FMI recomendou pela voz de Poul Thomsen (o equivalente a 4 p. p. do PIB).