O ministro da Educação e Ciência revelou nesta terça-feira, no Parlamento, que o problema do número de professores sem contrato “pode ser agravado” neste ano lectivo. Antes desta declaração à saída da primeira audição na comissão parlamentar de Educação, Nuno Crato já tinha avisado no decorrer da audição que “haverá bastantes professores não contratados e com horário zero”, devido às “restrições orçamentais”, recusando-se, porém, a avançar com qualquer número. “Dentro de um mês, quando houver números rigorosos das escolas, saberemos em concreto quantos professores não serão contratados e quanto ficarão com horário zero”, disse. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já estimou em 20 mil o número de professores que podem ficar sem emprego com o arranque do próximo ano escolar. O sindicalista Luís Lobo, da direcção nacional da Fenprof, voltou a acusar o ministério de ser “co-responsável pelo desemprego, por não ter corrigido de imediato os erros cometidos pelo anterior Governo”. De entre estes, aquele que teve maior peso na redução de horários a atribuir aos professores, calcula Lobo, foi “a brutal” redução do crédito global de horas concedido a cada escola consoante o número de alunos. Mas também a criação dos mega-agrupamentos, o encerramento de escolas e, agora, as instruções para que não sejam abertas novas turmas para cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), enumerou Luís Lobo, em declarações ao PÚBLICO. Nos últimos dias, os dirigentes das associações de directores de escolas e agrupamentos têm confirmado que é muito superior ao habitual o número de professores que já sabem que estão com horário zero.