PORTUGUESES RETIRAM 876 MILHÕES DOS PPR'S

fim dos benefícios e juros mais altos para depósitos são a principal razão do desinteresse

Como sabemos a segurança social enfrenta graves problemas financeiros. Os próprios números do governo estimam que a falência ocorrerá por volta de 2035. Além disso, o futuro das reformas no nosso país não é nada risonho, não sendo este apenas um problema exclusivo de Portugal. A maior parte dos países desenvolvidos enfrenta graves problemas no financiamento da segurança social. O problema está, em parte, nas decisões políticas, mas o fulcro da crise financeira da segurança social é a evolução demográfica. Neste momento, há cada vez mais pensionistas e cada vez menos pessoas a contribuir para a segurança social, o que mais tarde ou mais cedo resultará em pouca liquidez da segurança social e eventualmente será necessário mudar as regras de acesso a pensões de modo a que o dinheiro chegue para todos. A preocupação dos portugueses com o futuro e a reforma cresceu até 2010 e, tal facto, reflectiu-se num aumento do investimento em PPR de 9,6% em 2010, segundo o relatório anual da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP). No entanto, os planos poupança reforma (PPR) perderam boa parte do seu interesse em 2011, com as alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado. Com comissões elevadas e grandes restrições à mobilização antes da reforma, a principal vantagem dos PPR até este ano era a dedução fiscal de 300€ a 400€ no IRS, em função da idade dos subscritores. No entanto, com os cortes orçamentais impostos pelo Governo, também esta vantagem desapareceu para a maioria dos investidores.