AS MEDIDAS DE AUSTERIDADE DA GRÉCIA QUE SE REPETIRÃO EM PORTUGAL

sob o olhar passivo de todo o mundo, FMI e BCE "roubaram" a soberania grega

A Grécia recorreu ao FMI em 2010, tendo ficado a pagar durante 7 anos a sua dívida. Mas como tem um período de carência, só irá começar
a pagar realmente em Setembro de 2014. Além disso as taxas de juros serão de 3,5% durante os primeiros 3 anos e depois de 4,5% durante os restantes 4 anos. O primeiro problema, é que isso não foi suficiente para acalmar os mercados. A taxa de juro das OT da Grécia a 10 anos ultrapassam os 13%, mais do que no momento em que se viu forçada a pedir apoio externo. O mesmo aliás se passa coma Irlanda, com uma taxa perto dos 10%. A ajuda à Grécia é de 110 mil milhões de euros, será paga em várias fatias, mas para continuar a receber a ajuda prevista a Grécia vai ter de fazer privatizações num valor total de 50 mil milhões de euros até 2015, 15 mil milhões só nos próximos 2 anos. Inicialmente o "acordo" o objectivo das privatizações era de 7 mil milhões. Agora a Grécia está para venda. Um representante da Comissão Europeia, Servaas Deroose, prepôs numa entrevista ao jornal "To Vilma" que "a Grécia deveria vender as suas praias para desenvolver o turismo e o mercado das propriedades privadas. Também poderia vender o antigo aeroporto de Atenas por uns 5.000 milhões de euros e os seus portos e terrenos circundantes por uns 35.000 milhões de euros". A mesma opinião foi manifestada por Poul Thomsen, chefe da missão do FMI, acrescentando que a Grécia necessita de acelerar as suas reformas. Não tarda que a Grécia vai ter que vender o Panteão ou a ilha de Santorini à JP Morgan ou à Goldman Sachs para os transformar em locais turísticos privados ao serviço de grandes banqueiros internacionais. Estas declarações confirmam o que está a acontecer na Grécia: a pilhagem do património público em beneficio de uma oligarquia bancária dona da emissão monetária, dos média e das multinacionais, todos controlados por llluminati's e Bilderberg's.

A austeridade imposta à Grécia resultou nestas medidas: redução em 8% dos salários da função pública, congelamento desses salários da função pública durante 3 anos, supressão do 13º e 14º mês para os reformados com menos de 60 anos, congelamento das pensões, imposto especial de 45% para rendimentos acima dos 100 000 euros anuais, aumento do IVA de 19% para 23%, e de 11% para 13%, centenas de produtos passam da taxa mínima de IVA para a máxima, aumento dos impostos sobre os combustíveis, álcool e tabaco, facilitação nas regras de despedimentos, redução das indemnizações por despedimento, aumento da idade da reforma, aumento do número de anos de trabalho de 37 para 40 anos para ter a totalidade da reforma, calculo da reforma com base em todos os anos de trabalho, privatização de inúmeras empresas públicas, previsão de nova redução salarial no sector público (fala-se em 25% em algumas empresas), congelamento das progressões nas carreiras no sector público, aumento do tempo de trabalho passando para 8 horas diárias para todos os empregados, privatização dos transportes, aeroportos, portos, água, electricidade, caminhos de ferro, e alguns bancos. Durante este último ano de "ajuda" do FMI, o desemprego passou de 10% para 13%, a inflação de 3% para 5%, o PIB desceu, o poder de compra diminui em 10%. Decididamente, cada vez mais na Grécia o problema não é a crise económica, mas sim a sua solução.