A Suíça revelou ter congelado depósitos milionários "potencialmente ilegais" de vários líderes contestados do Norte de África – incluindo Muammar Kadhafi (Líbia) e Ben Ali (Tunísia) –, no valor total de 830 milhões de francos (mais de 647 milhões de euros). O ‘recordista’ é Hosni Mubarak (Egipto), com quase 320 milhões de euros depositados naquele país europeu. Os números foram divulgados pela presidente da Confederação Helvética, Micheline Calmy-Rey, em visita à Tunísia, onde decorreu a conferência anual de embaixadores suíços no Médio Oriente e no Norte de África. Após a determinação de sanções por parte das Nações Unidas contra o regime do líder líbio, Muammar Kadhafi, Berna bloqueou, segundo o Departamento Federal dos Negócios Estrangeiros suíço, 280,853 milhões de euros do coronel e de membros do seu círculo próximo. No entanto, a maior parte dos fundos congelados é da fortuna do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak: 319,860 milhões de euros. Já em relação à Tunísia, os fundos congelados ascendem aos 46,808 milhões. Contudo, o montante exacto e a natureza de tais bens, pertencentes ao presidente deposto Zine Ben Ali e a pessoas próximas, foram já alvo de muita especulação. Segundo dados do banco nacional helvético, os bens globais tunisinos na Suíça atingiram, em 2009, os 483 milhões. As novas lideranças da Tunísia e do Egipto estão em contacto com as autoridades judiciais suíças após terem apresentado petições formais para que lhes sejam devolvidos os montantes congelados. No caso da Líbia, alguns países já pediram inclusive para que as verbas fossem utilizadas para financiar os rebeldes.