TROIKA CORTA PENSÕES A 210.000 PORTUGUESES

Rüffer é quase o próximo Primeiro-ministro português; ele é quem decide o nosso futuro

Quase 210 mil reformados serão penalizados. Muitas deduções fiscais e benefícios serão eliminados na declaração anual de IRS e IRC. A ajuda vai chegar "apenas" aos 78 mil milhões de euros. Rasmus Rüffer, do Banco Central Europeu, esteve também ontem no Ministério das Finanças para definir os termos do acordo final do resgate. O acordo da Troika constituirá praticamente o programa do próximo governo, visto que existe a obrigatoriedade do seu cumprimento para que o empréstimo tome lugar. Os nossos políticos deixaram de mandar "cá dentro". Temos que agradecer eternamente às duas principais figuras políticas responsáveis por esta situação: Sócrates e Teixeira dos Santos.

O primeiro-ministro anunciou esta terça-feira, pouco depois das 20.30 horas, as linhas de orientação do plano de ajuda externa, um plano para três anos. Ao lado do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que permaneceu mudo durante os seis minutos de discurso, Sócrates garantiu que o resgate "não mexe no 13º mês nem no 14º mês, nem sequer os substitui por nenhum título de poupança". "Também não mexe no 13º nem no 14º mês dos reformados. Não tem mais cortes nos salários da função pública. Não prevê a redução do salário mínimo." E, ao contrário do que foi noticiado, "não corta nas pensões acima dos 600 euros, mas apenas nas pensões mais altas, acima dos 1.500 euros, como se fez este ano nos salários, e como estava previsto no PEC". Com este acordo, acrescentou, "o governo garante também que não terá que haver nenhuma revisão constitucional, nem nenhum despedimento na função pública ou despedimentos sem justa causa. Que não haverá privatização da Caixa Geral de Depósitos". Nem da Segurança Social. "Nem plafonamento das contribuições, nem alterações à idade legal da reforma", graças, explicou, à reforma da Segurança Social feita pelo Executivo em 2007.