Ameaça geral. O secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, avisou ontem os 188 países-membros, em que se inclui Portugal, para estarem em "alerta total" em relação "a actos de retaliação da al-Qaeda pela morte do líder" radical islâmico, Osama bin Laden. Era já conhecida a ameaça de um ataque nuclear na Europa – um "inferno nuclear" – se Bin Laden viesse a ser capturado ou morto, como agora aconteceu. Num interrogatório a um dos cabecilhas da organização terrorista, Khalid Sheikh Mohammed, detido na prisão de Guantanamo, surgiu a confissão de que a al-Qaeda poderia estar a esconder uma bomba nuclear numa cidade europeia. Mais: de acordo com um dos telegramas de embaixadas dos Estados Unidos revelados pelo site WikiLeaks, a al-Qaeda estaria próxima de produzir um "11 de Setembro nuclear." Para além disso, a rede fundamentalista islâmica já teria condições para fabricar bombas biológicas e químicas "funcionais e eficientes", com capacidade para matar milhares de pessoas. Por isso mesmo, ouviram-se ontem vários avisos das autoridades para a manutenção de uma vigilância apertada, a par das manifestações de alegria. Bin Laden foi morto domingo e o seu corpo foi atirado ao Mar Arábico.