Os protestos regressaram à capital tunisina pelo quarto dia consecutivo. A polícia voltou a dispersar a multidão com gás lacrimogéneo. Os manifestantes concentraram-se na avenida Bourguiba, no centro da cidade, para reclamar a demissão do governo provisório, defendendo que as promessas da revolução não estão a ser cumpridas. Sábado, as autoridades decretaram o recolher obrigatório das 21h às cinco da manhã, justificando a medida com a necessidade de evitar pilhagens e violência. Os protestos começaram na quinta-feira, após as declarações do ex-ministro do Interior. Farhat Rajhi alertou para a possibilidade de um golpe militar se os islamitas ganharem as eleições de Julho. O movimento islamita Ennahda, proibido no antigo regime, goza de grande popularidade. Alguns analistas questionam-se sobre a existência de “forças ocultas” que tentem desestabilizar a região para adiar as eleições. Há ainda quem aponte a coincidência da data dos distúrbios com a primeira condenação de um dos familiares do presidente deposto Ben Ali.