Os quatro maiores bancos privados em Portugal - BES, BCP, BPI e Santander Totta - fecharam o primeiro semestre do ano com resultados líquidos de 396 milhões de euros. Um valor que representa metade do lucro apurado na primeira metade de 2010, que ascendeu a cerca de 792 milhões. Todos os bancos sofreram uma degradação nos resultados, que oscilou entre os 20,5% do BPI e os mais de 70% do Totta, embora a queda ao nível de resultados correntes deste banco tenha sido menor. Ontem, foi a vez do BES anunciar uma quebra de 44,7% nos lucros do semestre para os 156 milhões de euros. O reforço das provisões para fazer a face a perdas em participações financeiras, mas sobretudo no crédito malparado, é a principal razão invocada pela banca para explicar a erosão dos lucros. Os indicadores do semestre mostram ainda que as instituições continuam empenhadas em reforçar a solidez do balanço do que em apresentar lucros. Esta orientação é visível na venda de activos e carteiras de crédito, mas também no corte do crédito concedido. Esta estratégia resultou em rácios mais elevados, embora duas instituições - BCP e BES - ainda não tenham alcançado o patamar dos 9% para o rácio imposto pela troika para o final do ano. A maior fatia da contracção aconteceu no mercado doméstico onde o valor dos empréstimos atribuídos pelos quatro bancos caiu 6,3 mil milhões de euros, o que traduz uma descida de 3,7% face ao primeiro semestre de 2010. Do outro lado do balanço, os depósitos estão a subir. No mercado doméstico, o volume de depósitos disparou 8,3 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 9,3% face ao primeiro semestre. Até ao dia em que ter dinheiro no banco seja um risco para todos...