BIG BROTHER TOTAL EM INGLATERRA PELA SCOTLAND YARD NA CAÇA AOS AMOTINADOS

Big Brother ao estilo "1984" (totalitarista) tornado realidade no seio da Europa

A menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Londres, a Scotland Yard que vive a maior crise de sua história, sem um chefe à frente da unidade, em plena crise interna de acusações de corrupção, precisa agora de conter uma onda de violência sem precedentes que toma as ruas da capital inglesa. Para enfrentar os distúrbios, as tropas de choque e agentes a cavalo entraram em confronto em uma luta desigual. Sem poderem usar nos primeiros dias canhões de água, balas de borracha e gás lacrimogêneo, demonstraram total incapacidade e falta de preparação para conterem a violência indiscriminada. 16 Mil agentes foram ontem para as ruas da capital britânica para tentar restaurar a ordem depois da violência sem precedentes vivida na segunda-feira à noite em 14 bairros, que causou centenas de detenções, graças à ajuda de outras unidades policiais de cidades vizinhas. Agora autorizados a utilizar balas de borracha e bastões, a polícia patrulha, lado a lado com vigilantes civis, as lojas das zonas mais problemáticas. A humilhação da polícia londrina é notória, uma força com de 32,5 mil agentes (deles 14,2 mil policias de rua) e que presume boas práticas policiais e relações com a comunidade desde a sua criação em 1829.

O comissário-chefe interino da Scotland Yard, Tim Godwin, afirmou nesta segunda-feira na rede BBC que não há nenhum plano para colocar o Exército nas ruas diante da actual onda de "delinquência, roubo e violência" na capital britânica, com quase 8 milhões de habitantes e uma extensão de 1,6 mil quilômetros quadrados da área metropolitana. Mas começaram já a pedir que os habitantes da capital identifiquem online os delinquentes filmados directamente pelos milhares de câmaras de vigilância de lojas, transportes públicos e de espaços urbanos. A actual crise ocorre quando a Scotland Yard está sem direcção desde a renúncia, em meados de julho, de seu comissário-chefe e de seu "número dois" pelo escândalo das escutas telefónicas dos jornais de Rupert Murdoch, cuja investigação demonstrou pagamentos de suborno à Scotland Yard para conseguirem reportagens exclusivas. Os problemas da Scotland Yard ocorrem a menos de um ano da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 27 de julho de 2012, que colocam o extraordinário desafio de segurança para um país que mantém nível de alerta terrorista "severo". O responsável de comunicações do Comité Olímpico Britânico (BOA), Darryl Seibel, expressou nesta terça-feira a confiança na capacidade das autoridades para garantir a segurança de Londres 2012 e afirmou que os distúrbios não afectarão os preparativos. Mas a imagem de uma das maiores capitais do mundo ocidental, barricada e vandalizada por grupos de assalto juvenis, não se apagará das memórias de quem visualisou estas marcantes imagens de uma sociedade europeia em decadência social.