Os partidos da oposição condenaram ontem os cortes no abono de família, medida que classificaram de "insensibilidade" e "crime social", enquanto o Governo acusou as bancadas de "irresponsabilidade" por pretenderem alterar legislação, prejudicando a execução orçamental em 2011. Bloco de Esquerda, CDS-PP e PCP tentaram travar os cortes no abono de família decididos pelo Governo, mas sem êxito. O diploma, integrado nas medidas do Orçamento do Estado para 2011, acabou com o quarto e quinto escalões do abono de família, o que significa que quem ganha mais de 628 euros deixou de receber em Novembro. Além disso, o decreto-lei acabou com a majoração de 25 por cento para as pessoas que ganham menos do que o salário mínimo, no primeiro e segundo escalões do regime do abono de família. O Bloco de Esquerda salientou que o diploma implica a perda de abono de família para «383 mil beneficiários» e a perda da majoração de 25 por cento para «mais de um milhão». O líder de bancada do CDS/PP disse ainda que nem durante o Estado Novo, Salazar retirou este abono aos mais carenciados.