A China diz que as medidas tomadas na Europa para resolver a crise da dívida “estão a transformar uma doença grave numa doença crónica”. "É difícil dizer se os países atolados na crise da dívida poderão recuperar dentro de três ou cinco anos", disse o ministro do Comércio chinês, Chen Deming, citado pelo jornal Shanghai Securities News. Não é a primeira vez que o ministro do Comércio chinês se mostra "muito inquieto" quanto à capacidade dos países europeus vencerem a crise, mas a China continua afirmar-se disposta a ajudar financeiramente a zona euro. "Estamos prontos a apoiar os países da zona euro a ultrapassar a crise financeira e alcançar a recuperação económica", disse na quinta-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Jiang Yu. Jiang Yu reafirmou também que a China encara a União Europeia como "um dos principais mercados para (investir) as suas reservas cambiais". A China possui as maiores reservas em divisas do mundo, no valor de 2,65 biliões de dólares (números de Setembro passado), e é, nomeadamente, o principal detentor de títulos do Tesouro norte-americano. Há três dias, na abertura da terceira ronda do Diálogo de Alto Nível Económico e Comercial China-UE, o vice-primeiro-ministro Wang Qishan indicou que Pequim "ajudará alguns membros da UE a combater a crise da dívida soberana".