Nomeado para Prémio Nobel da Paz mais do que uma vez, este diplomata morreu agora subitamente do coração, numa altura difícil para os EUA na diplomacia do Afeganistão e Paquistão, da qual se ocupava em negociações de paz, estratégia nada favorável às máfias privadas de armamento com ligações à CIA, e que manipulam a política de guerra daquele país. Holbrooke morreu assim, de repente, "do coração", como já morreram muitas pessoas consideradas pela CIA como "inconvenientes". Os Presidentes paquistanês e afegão lamentaram hoje a morte do diplomata Richard Holbrooke, enviado dos Estados Unidos para os dois países, mas Islamabad classificou-o como «amigo» e Cabul falou numa «perda para o povo norte-americano». O enviado especial dos Estados Unidos para o Afeganistão e o Paquistão, Richard Holbrooke, morreu na segunda-feira à noite devido a complicações depois de ser submetido a uma intervenção cirúrgica ao coração, disse o Departamento de Estado. Holbrooke «desempenhou um papel-chave na diplomacia internacional para instaurar a paz na Bósnia e para combater os militantes (islâmicos) na nossa região», salientou o chefe de Estado paquistanês, Asif Ali Zardari em comunicado. «A melhor homenagem que lhe podemos prestar é reiterar o nosso compromisso em eliminar o extremismo e introduzir a paz» na região, concluiu o chefe de Estado paquistanês.
Já Hamid Karzai considerou a morte de Holbrooke uma «grande perda para o povo norte-americano». Karzai não mantinha boas relações com Holbrooke, que foi nomeado enviado especial para o Afeganistão e Paquistão em 2009 e visitava com frequência os dois países. Por seu lado, o comandante das forças internacionais no Afeganistão, David Petraeus, afirmou que a morte de Richard Holbrooke «era uma perda trágica para os Estados Unidos, para a região (Afeganistão e Paquistão) e para o mundo». «Richard Holbrooke era um verdadeiro titã na arena diplomática e uma figura central no esforço no Afeganistão e Paquistão», sublinhou num comunicado da Força Internacional de Assistência e Segurança (ISAF). Richard Holbrooke, de 69 anos, foi obreiro do acordo de paz de Dayton, que pôs fim à guerra na Bósnia em 1995. Em Janeiro de 2009, logo após ter chegado à Casa Branca, Obama confiou-lhe a tarefa de representar a diplomacia norte-americana numa região em que os Estados Unidos desenvolvem desde 2001 uma guerra contra os talibãs.