O Ministério da Finanças, em Lisboa, foi invadido na quinta-feira passada por mais de vinte sindicalistas, que concretizaram assim o objectivo–surpresa de colocar uma prenda na árvore de Natal do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. A força dos manifestantes conseguiu romper a barreira policial montada à entrada do edifício, na praça do Comércio. Empurrões entre as forças da ordem e os trabalhadores levaram a alguns momentos de tensão, com os manifestantes a gritarem palavras de ordem, como "a luta continua". Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), um dos sindicalistas presentes na manifestação ‘Natal na Rota das Desigualdades’, explicou que "ninguém foi identificado ou detido pela polícia, nem houve feridos". O dirigente sindical disse que os trabalhadores furaram a barreira policial depois de ter sido barrada a entrada a quatro sindicalistas – entre os quais ele próprio e a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila – para colocarem a prenda na árvore. Antes de invadirem o Ministério das Finanças, os sindicalistas lançaram fogo a um contentor de entulho, para onde deitaram os presentes que, numa rábula, o Pai Natal Teixeira dos Bancos tentou, sem êxito, entregar aos trabalhadores. As prendas do Pai Natal eram o "congelamento de carreiras", "cortes na ADSE", "roubo salarial" e "precariedade no emprego". Ana Avoila sublinhou que as 50 medidas para promover a competitividade e o emprego, aprovadas quarta-feira em Conselho de Ministros, são "gravíssimas" e "mais uma vez retiram direitos aos trabalhadores". A dirigente sindical sublinhou que "os trabalhadores vão ter de usar todos os meios para combater estas medidas" e acrescentou: "Uma coisa é certa, não podemos ficar parados".