BRUXELAS CORTA FUNCIONÁRIOS E QUER VIVER DE IMPOSTO COBRADO À BANCA

será possível libertar os contribuintes europeus sobrecarregando o sector financeiro?

A Comissão Europeia vai esta semana propor uma redução do peso da rubrica administrativa para o próximo plano financeiro 2014/20, incluindo, segundo fontes comunitárias, adaptações de austeridade ao código laboral das instituições e um corte até 5% no total de funcionários. O gesto vai agradar aos países euro-cépticos, como o Reino Unido, mas deverá ser eclipsado por uma proposta de financiar as instituições europeias com uma taxa sobre o sector financeiro, em vez das actuais transferências dos orçamentos nacionais. Uma ideia vai seguramente dividir a frente dos grandes contribuintes da UE, com o Reino Unido a querer defender a banca e a sua city de novos impostos e a França e Alemanha, ávidos por partilhar a factura europeia com o sector financeiro. O assunto vai dominar a agenda europeia nos próximos dois anos. Este corte nos funcionários, a confirmar-se, é maior do que parece tendo em conta o reforço obrigatório de pessoal com a criação do serviço de acção externa. Mas "o esforço de consolidação orçamental que se vive nos estados também tem de ser sentido nas instituições", explicam os técnicos da Comissão. Os valores da proposta estão ainda a ser discutidos entre os gabinetes dos comissários antes da reunião decisiva esta quarta-feira.