Seis marchas contra a austeridade concentraram-se ontem na capital espanhola. O Movimento 15-M, que reúne os "Indignados" (como já se intitulam) com a crise económica em Espanha, mostrou ontem que não morreu com o levantamento do acampamento que manteve durante semanas na Porta do Sol, em Madrid. Desde a manhã que um mar de pessoas, provenientes de seis manifestações diferentes, convergiram sobre a Plaza de Neptuno, em frente ao Parlamento, provenientes do Norte, Sul, Leste e Oeste da cidade. Estimados entre 35 e 45 mil pessoas segundo a polícia, e em mais de 150 mil pelos organizadores do protesto, os movimentos ‘Democracia Real Ya' e a ‘Acampada del Sol'. Os manifestantes, de todas as idades e ocupações, invadiram o centro da cidade de um modo organizado e festivo, sem qualquer tipo de violência e seguindo os planos que haviam sido traçados nos últimos dias através das redes sociais da Internet. Sob o tema "Caminhemos juntos contra a crise e o capital" e usando o grito de que os partidos políticos actuais "não nos representam", a multidão gritou frases como "não pagamos a vossa crise", "chamam a isto Democracia e não é", e apelaram a uma greve geral, não tendo entrado em confrontos com os 500 agentes que garantiam a segurança da praça.Mas o protesto não se centrou apenas em Madrid. Diversas cidades espanholas se juntaram também a este grito de protesto. Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para contestar o que dizem ser a incompetência e a corrupção dos políticos e a falta de representatividade do sistema democrático. A crise económica foi o rastilho para o movimento de protesto nascido a 15 de maio. “Viémos a esta manifestação, a este chamamento do povo que quer a mudança. A sociedade está a pagar a crise e nós queremos mudar isso”, disse um manifestante. A cidade francesa das luzes também teve o foco dos chamados indignados. Não foram milhares, mas centenas em Paris. Foram quase quinhentos no total, a polícia deteve 127 por alegadamente terem continuado o protesto para lá da hora que foi permitida. O movimento está em sintonia com o que se passa em Espanha. “Nós somos os indignados. Viram o que se passou no mundo árabe, viram o que está a acontecer em Espanha, o que acontece na Islândia, na Grécia ou ainda na Inglaterra. As coisas não estão bem e nós estamos fartos. E temos a sensação de que nem sempre os sindicatos têm boas soluções”, referiu um manifestante francês. Berlim e Lisboa também não foram excepção ao protesto por uma real democracia. A reportagem em: http://pt.euronews.net/2011/06/20/dezenas-de-milhares-exigiram-uma-real-democracia/.