Para Miguel Portas, eurodeputado do Bloco de Esquerda, "a renovação tem de passar pela saída dos quatro fundadores" do partido. "O ciclo político dos chamados fundadores do Bloco chegou ao fim no dia 5 de Junho. A renovação não só não deve ser tutelada pelos fundadores, como precisa de ter tempo para ser sólida", defendeu Miguel Portas em entrevista ao jornal i, reforçando que "a renovação tem de passar pela saída dos quatro fundadores". Portas deixa elogios ao coordenador do Bloco de Esquerda - "como Louçã não há ninguém" -, mas argumenta que o partido "podia ser dirigido de outra forma, criativa e adaptada aos tempos novos". "Não há uma questão de legitimidade da actual direcção, ela foi eleita três semanas antes das eleições, mas há um problema de credibilidade política do núcleo dos fundadores do Bloco", declarou o eurodeputado. Portas disse ainda ter registado "com tristeza a saída [de Rui Tavares]" embora considere que "existe uma clara desproporção entre o motivo invocado e a consequência da decisão". Rui Tavares, eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda, desvinculou-se do partido em conflito com Francisco Louçã. Miguel Portas, talvez já demasiado habituado às mordomias europeias e aos luxos de Bruxelas, pretende garantir assim o seu futuro no Parlamento Europeu.