O economista Roubini que previu a crise financeira mundial deixa o aviso: os países da periferia da zona euro vão ter de abandonar a moeda única. Num artigo de opinião publicado no Financial Times, citado pelo Diário Económico, com o título "A zona euro encaminha-se para a separação", o profeta da desgraça, como é conhecido, afirma que a actual crise das dívidas soberanas mostra tudo o que falhou na construção da União Monetária e no projecto da convergência. Para o economista, nesta altura, só existe uma forma de recuperar a competitividade nos países do Sul da Europa: "Para regressarem ao crescimento e à competitividade, [os periféricos] devem deixar o euro e regressar à moeda nacional", alerta o responsável. Roubini considera mesmo que, face às diferenças económicas, de políticas orçamentais, de taxas de câmbio reais e de competitividade no seio da Zona Euro, não restará outra alternativa aos países da periferia. "Este cenário parece inconcebível nos dias que correm mesmo em Atenas ou Lisboa. Mas devido à inexistência de reformas estruturais profundas e aceleradas que compenssem essas diferenças, os cenários que hoje parecem absurdos poderão fazer todo o sentido daqui a cinco anos", esclarece o professor da universidade de Nova Iorque. E conclui: "Os benefícios de [os países] se manterem [na zona euro] serão menores do que os benefícios de a abandonar, por muito atribulada e desordenada que essa saída venha a ser".