Só nos primeiros cinco meses do ano, o Estado já perdeu quatro vezes mais em Certificados de Aforro do que o estimado no OE para 2011. Em apenas cinco meses os Certificados de Aforro (CA) já perderam quatro vezes mais do que o estimado no Orçamento do Estado para 2011. No documento, o Estado estima uma perda líquida de 500 milhões de euros nos CA este ano. Só em Maio, os resgates líquidos somaram 536 milhões de euros, enquanto desde o início do ano as perdas ascendem a 1,994 mil milhões de euros. As amortizações líquidas nos primeiros cinco meses de 2011 são já superiores à fuga registada no conjunto de 2009 e 2010. Nesses 24 meses, o Estado viu sair dos seus cofres 1,7 mil milhões de euros. Só neste produto, o financiamento do Estado regista já um buraco de 1,5 mil milhões de euros, o qual dificilmente poderá ser compensado através do produto de poupança do Estado concorrente, os Certificados do Tesouro (CT). Até Maio, os CT captaram 528 milhões de euros, em linha com o orçamentado para o ano de 2011, onde está previsto o encaixe líquido de 993 milhões de euros. Os portugueses continuam assim a retirar as suas poupanças dos CA, depois do valor recorde registado em Abril. Em Maio voltaram a sair 566 milhões de euros deste produto, o que compara com emissões de apenas 30 milhões de euros, um valor que iguala os mínimos registados em Fevereiro. Ou seja, em termos líquidos, os CA perderam quase 18 milhões de euros por dia no último mês. Números negros depois de, em Abril, o Estado ter assistido à fuga de 737 milhões de euros, no mês em que o Governo solicitou o resgate externo.