Sem alarme mas com muita determinação. É desta forma que o novo Governo está a encarar a gestão das metas de redução do défice impostas pela ‘troika' tendo em conta que a execução orçamental do primeiro trimestre aponta para um défice acima dos 7%, o que complica as metas definidas pela Comissão Europeia, BCE e FMI para o ano de 2011. Na próximo quarta-feira, o INE vai revelar as contas nacionais trimestrais por sector institucional, o que permitirá verificar que o défice total das Administrações Públicas, em contabilidade nacional - a que interessa para Bruxelas -, está longe dos 5,9% definidos para o conjunto do ano. De acordo com informações recolhidas pelo Diário Económico, nos primeiros três meses do ano, o défice deve estar acima dos 7%, o que coloca pressão ao novo Governo. A nova equipa governativa encontra uma situação orçamental pior do que o esperado e tem, portanto, menos de um semestre para corrigir a dimensão do défice, o que deverá obrigar a mais medidas de austeridade. Na última sexta-feira, Pedro Passos Coelho explicou, à saída do Conselho Europeu, que pretende apresentar nos próximos dias a antecipação de "medidas essenciais, sobretudo na área da reforma estrutural [do Estado] e no pacote das privatizações" de forma a garantir que a meta de défice definida para este ano (5,9%) não é colocada em causa pelas dificuldades reveladas pelo anterior Governo na redução da despesa pública.