DIA INTERNACIONAL DO COMBATE À CORRUPÇÃO: PORTUGAL NO TOPO

o crescimento da corrupção política portuguesa e mundial é preocupante

A maioria dos inquiridos em Portugal acha que há mais corrupção e que as autoridades se revelam menos eficazes na luta contra este fenómeno. São dados do Barómetro Global da Corrupção 2010. Neste estudo, efectuado em 86 países, os portugueses elegem a classe política como a mais corrupta. Professores, militares e religiosos são apontados como os menos corruptos. Paulo Morais, da Associação Transparência e Integridade, encontra duas razões principais para este aumento da percepção da corrupção: “Por um lado, o facto de hoje haver mais notícias sobre a corrupção, ou seja, o fenómeno não é muito maior que há quatro anos, mas é muito mais noticiado. E este é o primeiro passo para se começar a tratar do assunto; o outro aspecto, bem mais negativo, é que cerca de 75% dos cidadãos entendem que as medidas que o Governo vai tomando em relação à corrupção são ineficazes”.

Segundo o barómetro, 3% dos portugueses afirmam ter pago um suborno nos últimos 12 meses. Este valor, porém, é quase insignificante quando comparado com o que se passa em países mais ricos da Europa, como Suíça, Reino Unido, Noruega, Holanda, Alemanha, Finlândia e Dinamarca. Os dados surgem no Barómetro Global da Corrupção 2010, uma sondagem mundial que hoje é divulgada pela “Transparency International”. A instituição inquiriu mais de 91 mil pessoas em 86 países e territórios. As suas atenções estiveram centradas nas práticas de pequeno suborno, nas avaliações que os cidadãos fazem sobre o desempenho das instituições públicas, e na sua percepção no que respeita à eficácia do combate à corrupção. Neste dia Internacional de Combate Contra a Corrupção é também notícia o número de condenações pelo crime de corrupção em Portugal: nos últimos dez anos, 549 pessoas foram condenadas, mas apenas 50 cumpriram penas de prisão efectiva