José Sócrates afirmou no passado dia 22 de Novembro que Portugal fará na Irlanda, tal como aconteceu na Grécia, um investimento na compra de dívida deste país. O Primeiro-ministro falava aos jornalistas no Parque das Nações, depois de interrogado sobre os custos financeiros que Portugal terá de suportar por a Irlanda ter decidido agora recorrer ao fundo de estabilização da União Europeia. Na resposta, o primeiro-ministro aproveitou para contrapor que a operação que será realizada com Dublin "não se tratará de qualquer ajuda". "Não há ajuda à Irlanda, nem houve ajuda à Grécia, porque isto é um investimento, porque o fundo europeu compra dívida desses países. Ora, quando se compra dívida, está a fazer-se um investimento nos países, que pagam juros", justificou. Para o primeiro-ministro, o investimento que será feito na Irlanda decorrerá "em defesa do euro, defendendo a estabilização da moeda única". Os irlandeses têm boas razões para dizer que honram as suas dívidas, tal como os gregos. Ninguém vai ficar a dever nada a ninguém - e é preciso lembrar isso", frisou. Em termos nacionais, o Primeiro-ministro disse não ter "nenhuma dúvida de que a confiança regressará aos mercados". "Portugal não precisa de ajuda de ninguém e vai resolver os seus problemas, recorrendo às suas próprias decisões", insistiu. O estranho é que um país super-endividado ainda invista milhões a comprar dívidas que poderão resultar num gigantesco quebra-cabelas financeiro e numa bancarrota europeia em massa. Jogar sim, mas com o dinheiro dos contribuintes, claro está.