A MORTE DO NAZI SAMUEL KUNZ

os nazis prepararam em 1944 a sua "missão" pelo mundo, como os cristãos há 2.000 anos

Samuel Kunz, número três na lista dos criminosos nazis mais procurados do Centro Simon-Wiesenthal, acusado de participação no assassínio de 420.000 judeus, morreu aos 89 anos, a 18-11-10, aparentemente na sua casa, indicou à agência noticiosa francesa AFP o procurador Andreas Bendel, chefe do Departamento central para a elucidação de crimes nazis em Dortmund (oeste). O tribunal ia tomar uma decisão sobre a abertura de um processo que provavelmente começaria em fevereiro em Bona. Kunz deveria ser julgado por assassínios de prisioneiros judeus, mortos durante o período em que era guarda do campo de Belzec, na Polónia ocupada pelos nazis, entre janeiro de 1942 e julho de 1943. Era também acusado do assassínio de uma dezena de judeus em dois incidentes diferentes, igualmente no campo de Belzec. O dossier foi organizado em Bona, pois Kunz residia nos subúrbios da antiga capital alemã.

Samuel Kunz tinha reconhecido abertamente, perante investigadores encarregados do inquérito a John Damjanjuk, julgado em Munique por crimes de guerra desde o Outono de 2009, ter trabalhado no campo de extermínio de Belzec. "Era evidente para nós que os judeus eram exterminados e depois queimados no local", declarou, adiantando: "Sentíamos o cheiro todos os dias". "O sentimento dominante é de uma terrível frustração", comentou Efraim Zuroff, director do Centro Simon-Wiesenthal em Jerusalém, em declarações à AFP. "Após decénios durante os quais aquele homem viveu livremente na Alemanha, parecia que ia finalmente ser julgado. Agora isso não acontecerá", adiantou. Um ano antes do fim da 2.ª Guerra Mundial, antevendo a rendição da Alemanha, a Gestapo começou um programa mundial para retirar todo o ouro e a maior parte dos nazis da Alemanha. O êxito desta megaoperação deveu-se àqueles que apoiaram o regime nazi mundialmente: a banca e as grandes multinacionais, assim como muitos governos como Espanha, Portugal, EUA e muitos países de África e da América do Sul. Até hoje, esses nazis administraram fortunas incalculáveis, vivendo ricamente sempre na expectativa de verem o seu plano realizado: o renascimento do IV Reich, o Império dos Mil Anos, tantas vezes anunciado por Hitler.