Intitulado "Grave Irresponsabilidade" o artigo demolidor de Manuela Ferreira Leite, no Jornal Expresso de 11.12.2010, em relação ao Governo Regional dos Açores acusa aquele órgão de Estado de romper com as leis que protegem Portugal face à crise. No artigo pode ler-se: "A decisão do Governo Regional dos Açores de conceder aos funcionários públicos daquela região benefícios de montante equivalente à redução de vencimentos decidida para o país tem suscitado múltiplas reacções. Os argumentos críticos vão desde a inconstitucionalidade da decisão até à falta de solidariedade na partilha de sacrifícios. No entanto, todos os argumentos invocados parecem secundários quando se encara este facto sob a óptica da ética política. Perante uma lei aprovada na Assembleia da República, aplicável a todo o território nacional, um responsável político que dela discorda, em vez de assumir a atitude corajosa de não a aplicar, sofrendo as respectivas consequências desse seu acto, optou pela sua aceitação e pela utilização de um esquema que anula o seu efeito prático. [...] É um exemplo inaceitável para os cidadãos porque legitima a utilização de "truques" para o incumprimento de leis, escapando à correspondente sanção. É um exemplo de irresponsabilidade cívica e política numa situação em que, mais do que nunca, os bons exemplos são tão importantes".