PRÍNCIPE CARLOS E CAMILLA ATACADOS POR ESTUDANTES INGLESES

"cortem-lhes as cabeças" gritavam os estudantes do lado de fora da viatura

A imprensa britânica fala de crime de lesa-majestade. O carro onde seguiam o príncipe Carlos e a sua mulher, Camilla Parker Bowles, Duquesa da Cornualha, foi atacado por manifestantes enfurecidos, que protestavam contra o aumento das propinas nas universidades do Reino Unido. O Rolls Royce do herdeiro do trono britânico foi salpicado de tinta e ficou com uma janela partida, mas para além de um grande susto, nenhum dos membros do casal ficou ferido (http://www.youtube.com/watch?v=SQ7WiX1ZDko). As manifestações violentas multiplicaram-se depois de a Câmara dos Comuns ter aprovado o aumento das propinas. O preço a pagar pelos estudantes praticamente triplicou, o que ameaça deixar de fora do ensino superior os candidatos mais desfavorecidos. Carlos e Camilla iam a caminho de uma soirée de gala no Paladdium de Londres quando a viatura em que seguiam foi atacada por cerca de duas dezenas de manifestantes, alguns deles com a cara tapada, que gritavam “cortem-lhes as cabeças”. Durante cerca de um minuto o Rolls Royce foi bombardeado com garrafas, martelado por punhos, e salpicado com tinta branca. Fotografias e imagens de vídeo amador mostram o Príncipe de Gales e uma Duquesa da Cornualha com um ar perplexo e visivelmente abalado à saída do automóvel, quando a policia por fim conseguiu repelir os manifestantes.

Um comunicado da Casa de Clarence diz que Carlos e Camilla saíram ilesos e acabaram por assistir como previsto ao espectáculo do Royal Variety. Horas mais tarde o herdeiro do trono tentou minimizar o incidente, declarando “há uma primeira vez para tudo” mas o caso está a ser levado com extrema seriedade nos meios políticos e nos jornais britânicos. A Scotland Yard já prometeu um inquérito rigoroso e aprofundado ao “assalto ocorrido na capital”. Mas as próprias falhas das forças de segurança dominam os títulos da imprensa britânica onde os raros ataques que envolvem a família real têm sempre um grande eco. O Daily Mirror perguntava-se hoje como pôde a polícia descuidar-se assim. Alguns cronistas reais vão mais longe e comparam o sucedido ao assassínio de outro membro da família real, Lorde Mountbatten, perpetrado pelo Ira em 1979. Várias das associações de estudantes envolvidas nos protestos, já se demarcaram do sucedido dizendo que a violência apenas serve para desviar as atenções da mensagem justa que pretendiam passar.

O primeiro-ministro britânico classificou o ataque de “lamentável”, dizendo que os manifestantes devem sentir “todo o peso da lei”. David Cameron procurou ilibar a policia, da acusação de incompetência na protecção do casal real:”Sejamos claros acerca de quem têm a responsabilidade” disse Cameron “ A responsabilidade por destruir propriedade ou pela violência é das pessoas que perpetram a violência e eu quero ver os culpados presos e punidos da foram correcta”. O chefe do Governo britânico também rejeitou as afirmações de que a violência estava limitada a uma minoria dos manifestantes afirmando: “Havia muitas pessoas que claramente lá estavam para levar a cabo actos de violência e destruir propriedade”. O ataque ao Rolls Royce real sucedeu após um dia de violentos confrontos, devido ao aumento das propinas que provocou ferimentos em 12 polícias e 43 manifestantes e levou á detenção de 34 pessoas. Depois de aprovada pela Câmara dos Lordes, a lei terá ainda de ser ratificada na câmara dos lordes, antes de ser assinada pela rainha Isabel II.