PAYPAL RECUSA-SE A PAGAR "VERBAS DEVIDAS" AO WIKILEAKS

a perseguição da CIA ao Wikileaks já está a deixar visível a sua típica actuação

O popular site de processamento pagamentos online Paypal anunciou que cortou a WikiLeaks da sua lista de utilizadores e que não ira continuar a processar doações feitas à organização através do seu site. A Paypal diz que o seu serviço de pagamentos não pode ser usado para actividades que “encorajem, promovam, facilitem ou instruam outros para entrar em actividades ilegais”, acusando a WikiLeaks de “violação da política de uso aceitável” da Paypal. Ainda esta semana, a Amazon, empresa de vendas on-line que alojava nos seus servidores o site fundado por Julian Assange, recusou continuar a mantê-lo, “em resultado de pressões políticas que tentam silenciar a organização de Assange”, escreve o "El País". O diário espanhol foi um dos cinco jornais internacionais que recebeu os documentos em exclusivo, junto com o britânico “The Guardian” e a revista alemã “Der Spiegel”, o francês "Le Monde" e o norte-americano "The New York Times". O senador norte-americano Joe Lieberman (independente) tem feito declarações apelando que a as empresas que alojam os servidores da Wikileaks sejam pressionadas a abandonar o seu cliente. Apresentou também uma proposta de lei para tornar um crime federal a publicação do nome de fontes dos serviços secretos dos EUA (no que é visto como um ataque directo à Wikileaks - embora nunca se pudesse aplicar a este caso, pois a lei não pode ter efeitos retroactivos).

O Governo francês disse entretanto que quer expulsar o site de Assange, que neste momento está fisicamente alojado em servidores de uma empresa francesa. O ministro da Indústria, da Energia e da Economia Digital, Eric Besson, escreveu uma carta às autoridades competentes – o Conselho Geral da Indústria, da Energia e das Tecnologias – pedindo que sejam tomadas acções “para que este sítio de Internet deixe de ser alojado em França”, noticia o jornal “Le Monde”, citando a mensagem de Besson. A empresa visada, a OVH, estará disposta a discutir isto na justiça, segundo o "Le Monde". A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) veio entretanto condenar o bloqueio, os ciberataques e a pressão política dirigida à WikiLeaks. As pressões das autoridades dos EUA e França para que as empresas se recusarem a alojar o site preocupam especialmente os RSF. “É a primeira vez que vemos uma tentativa a nível da comunidade internacional de censurar um site dedicado ao princípio da transparência”. Os RSF defendem o princípio de neutralidade da Internet, em que os fornecedores de acesso à internet e as empresas de alojamento de sites não devem ter papel em escolher os conteúdos que são colocados on-line.