Centenas de estudantes e professores universitários manifestaram-se, pelo segundo dia consecutivo, em Itália, contra a reforma educativa. O protesto decorreu em várias cidades do país. Em Roma os manifestantes concentraram-se junto ao Parlamento. O protesto foi acompanhado de perto pela polícia, que impediu qualquer aproximação à sede do Governo liderado por Silvio Berlusconi. Um professor explica o que está em causa: “Pessoas como eu vão deixar de existir. Os investigadores com um contrato por tempo indeterminado vão desaparecer. Vão ser substituídos por pessoas com contratos a termo certo, o que vai contribuir para o aumento da precariedade.” Esta quarta-feira, dois estudantes foram detidos pela polícia durante a manifestação. Dezenas de universidades, pontes e praças foram tomadas de assalto pelos estudantes. O Senado escapou à fúria da multidão porque as portas foram encerradas. Milhares de estudantes italianos bloquearam assim ruas de todo o país e invadiram monumentos históricos, como a Torre de Pisa e o Coliseu romano. O movimento faz parte de uma onda de manifestações contra medidas de austeridade fiscal, adotadas em toda a Europa para combater os efeitos da crise econômica global. Com a popularidade já bastante abalada devido aos problemas económicos do país, uma crise política com ex-aliados e uma série de escândalos, os protestos são mais um golpe contra Berlusconi. O primeiro-ministro perdeu recentemente a maioria entre os deputados após uma divisão de opiniões. Duas votações no Parlamento, marcadas para 14 de novembro, podem levar à queda de Berlusconi e a eleições antecipadas na Itália.