RUI PEDRO SOARES E JÚDICE ENVOLVIDOS EM PROJECTO FANTASMA FRAUDULENTO

Taguspark, o local do crime económico desta sociedade fantasma co-financiada

Rui Pedro Soares, administrador não executivo do Taguspark, foi o interlocutor do escritório de José Miguel Júdice num projecto-fantasma de criação de um grupo de comunicação social, que incluía a TVI. Os auditores dizem que o processo está pejado de irregularidades. José Miguel Júdice, prestou serviços àquela empresa gestora de parques tecnológicos, para a compra de 33% do capital social da TVI. A revelação é feita pela própria PLMJ numa carta enviada à BDO - sociedade de auditoria que analisou os três últimos exercícios do Taguspark a pedido da actual administração, liderada por Nuno Crato. «Em quase todos os casos em que é citado o interlocutor do Taguspark perante a PLMJ, esse interlocutor é um administrador não executivo da empresa (Rui Pedro Soares)» - lê-se no relatório da BDO a que o SOL teve acesso. Recorde-se que Rui Pedro Soares, entre 2008 e 2009, liderou um projecto para formar um grande grupo de comunicação social, em que o Taguspark, com outros investidores, compraria a maioria do capital social da TVI. A revelação surgiu nas escutas telefónicas do processo Face Oculta.

Os auditores da BDO concluem que os serviços prestados pela PLMJ para a operação TVI custaram 229 mil euros - mas são um exemplo de despesas «sem aparente relação com a actividade do Taguspark ou em que não é facilmente demonstrável a sua indispensabilidade para a empresa». Logo, dificilmente tais custos serão reconhecidas enquanto tal pela administração fiscal. A contratação da PLMJ, que além da operação TVI também efectuou uma proposta de alteração do acordo parassocial e uma auditoria à Taguspark, custou um total de 733 mil euros e é apontada pelos auditores como um exemplo de como as regras internas foram desrespeitadas. Além de não ter sido realizada nenhuma consulta ao mercado, a Taguspark também não pediu um orçamento prévio nem assinou qualquer contrato com o escritório de José Miguel Júdice. A Comissão Executiva então liderada por Américo Thomati permitiu, mesmo assim, segundo os auditores, que fossem pagos 450 mil dos 733 mil euros facturados pela PLMJ, encontrando-se o remanescente a aguardar pagamento.
(in, http://sol.sapo.pt)