TIAGO CAIADO, ADVOGADO FISCALISTA DEFENDE FIM DOS "JOBS FOR THE BOYS"

para Tiago Caiado não existem dúvidas: este modelo económico levará Portugal à ruptura

O advogado-fiscalista Tiago Caiado Guerreiro defende o fim dos ‘jobs for the boys’. Em declarações à Antena 1 e à TVI no início de Outubro, o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro considera que os cortes salariais anunciados pelo Governo para a administração pública deveriam abranger os funcionários dos institutos públicos e outras entidades “pelos quais são distribuídos os ‘jobs for the boys’, que deveriam ser extintos porque não servem para nada”. Tiago Caiado Guerreiro defende que o Executivo deveria mesmo acabar com a acumulação de reformas com salários. Segundo a sua opinião ainda, a crise,
está a gerar menos contribuintes com IRS liquidado. São dezenas de milhares que deixam de pagar imposto por não terem rendimentos, ou seja, actualmente mais de metade das famílias portuguesas com rendimentos declarados. Do universo superior a 4,6 milhões de agregados com rendimento bruto declarado, em 2008, mais de 2,5 milhões não apresentam IRS liquidado. São mais 143 mil que não apresentam rendimentos suficientes para serem tributados.

Muitos fiscalistas alertam que a crise económica vai acentuar esta tendência, continuando a retirar dezenas de milhares de portugueses da base de tributação. Isto por não terem rendimentos superiores a 7.980 euros, considerado mínimo de existência a partir do qual se é tributado. "Do total dos agregados com rendimento bruto declarado em 2008, cerca de 55% não têm IRS liquidado (2,5 milhões)", revelam as Finanças. Em 2007, eram 2,4 milhões as famílias nesta situação (53%). O aumento do número de contribuintes que não paga este imposto é uma tendência que, segundo o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro, se vai acentuar. "Esta tendência será agravada, caso se mantenha o sistema tal como está. Ou seja, sem alteração dos escalões mínimos e do mínimo de existência", defende. Explicou também que durante o período de crise há uma expansão dos agregados que estão isentos de IRS: "Sobretudo devido a situações de precariedade como o trabalho sazonal, o desemprego e o congelamento habitual de salários que se pronunciam em tempos de crise, como se começou a assistir em 2008", avança este fiscalista.

Tiago Caiado Guerreiro diz também que o aumento de impostos proposto pelo Governo recentemente é um dos maiores aumentos de impostos que Portugal tem na sua história. Desde a década de 80 que as famílias e empresas portuguesas não sofriam um choque fiscal desta dimensão, avança. Há neste orçamento aumentos brutais, como o do IVA para 23 por cento, que vão afectar as famílias e empresas nacionais. «Temos uma coisa que acho de carácter absolutamente imoral que é passar da taxa baixa de seis por cento coisas como leite achocolatado, vitaminados ou enriquecidos, bebidas, sobremesas lácteas, conservas de carne, peixe, óleos alimentares, para 23 por cento. Uma medida absolutamente brutal que abrange bens de primeira necessidade», avisa.