CONTAS DO ESTADO AGRAVAM-SE PELA FUGA DOS CAPITAIS DOS CERTIFICADOS DE AFORRO

portugueses estão a retirar o seu investimento nos certificados de aforro com medo da bancarrota

Os portugueses continuam a retirar dinheiro dos certificados de aforro. E nos do Tesouro não estão a entrar as poupanças previstas. Há já um desvio de cerca de 3 mil milhões de euros face ao estimado no orçamento deste ano. Um “buraco” que coloca maior pressão no financiamento do Estado e obriga a encontrar alternativas. A melhoria das condições destes produtos de poupança esbarra na necessidade de consolidação orçamental. A ‘Troika’ está preocupada com resgate de certificados de aforro acima do previsto e quer soluções. O Governo está a estudar soluções para incentivar as famílias a manter a dívida do Estado, como por exemplo, certificados de aforro, garante um relatório da Comissão Europeia sobre a primeira avaliação da implementação do programa da ‘troika'. O desvio nas contas destes títulos de poupança está a preocupar a ‘troika', que teme que o País enfrente mais problemas de liquidez do que o previsto. "As autoridades estão a explorar soluções de mercado possíveis para encorajar as famílias a manter os seus títulos de dívida", lê-se no documento divulgado ontem. Os peritos da Comissão Europeia frisam no relatório que "o resgate de certificados por parte das famílias, em parte devido à oferta de taxas de juro mais elevadas nos depósitos por parte dos bancos, também pesaram no saldo de caixa das administrações públicas". O Estado financia-se junto das famílias através de certificados de aforro e do Tesouro. Na prática, isto quer dizer que o Estado não se está a conseguir financiar junto das famílias através deste instrumento financeiro.