Duarte Lima utilizou vários telemóveis comprados horas antes do crime
Domingos Duarte Lima terá utilizado diversos telemóveis na véspera e no dia em que foi assassinada Rosalina Ribeiro, antiga secretária e companheira do milionário português Lúcio Tomé Feteira – apurou o SOL junto das autoridades do Rio de Janeiro que investigam o crime, ocorrido a 7 de Dezembro de 2009. Esta circunstância reforça a suspeição da Polícia brasileira sobre o envolvimento do advogado no assassínio, já que não foi registada nesses dias nenhuma ligação telefónica, conforme o próprio referiu, entre o seu telemóvel ‘oficial’ e Rosalina – ao passo que existem várias chamadas de um outro número para esta, feitas nas imediações da sua residência, onde Duarte Lima a recolheu no carro que alugara. Só depois de ter localizado a rent-a-car utilizado por Lima é que a Polícia descobriu onde o advogado pernoitara. E descobriu ainda três números de telemóvel brasileiros, que Duarte Lima dera à firma como referência para fazer o contrato de aluguer do carro: um indicou-o como sendo dele próprio, mas na verdade é titulado pelo motorista de executivos Wenderson Oliveira (que em viagens anteriores, em Setembro e Novembro de 2009, o conduzira num carro diferente); outro é também pertença do motorista e o terceiro é de Marlete Oliveira, sua secretária, que também se encontrava em Belo Horizonte.
Foi através do registo das chamadas recebidas por esta nos dois dias em que Duarte Lima permaneceu em Belo Horizonte que os investigadores determinaram que o advogado estaria a usar no país dois telemóveis em roaming: um com cartão português sem assinatura e um com cartão suíço. E é pela localização celular (que permite identificar o percurso do utilizador desses aparelhos) e pelo fluxo das chamadas efectuadas para Marlete naqueles dois dias, que as autoridades brasileiras têm a convicção de que Duarte Lima teria esses telemóveis na sua posse e que, na véspera do crime, obedecendo a um plano, circulou durante mais de três horas na zona onde o corpo de Rosalina viria a ser encontrado (conhecida por Região dos Lagos). Foi descoberto ainda um outro cartão de telemóvel, também português e sem assinatura, que apenas serviu para contactar Rosalina na véspera e no dia em que esta foi morta. O número deste cartão apenas difere do primeiro nos três últimos algarismos – o que indica, segundo as autoridades brasileiras, tratar-se de cartões da mesma série, emitidos pela operadora no mesmo dia, e que poderão ter sido vendidos à mesma pessoa na mesma loja. Foi este, aliás, o primeiro número que despertou a suspeita nos investigadores e os levou a estabelecer desde logo uma relação com a pessoa com quem Rosalina fora ao encontro, a 7 de Dezembro de 2009. Foi o próprio advogado português quem forneceu a pista aos agentes da Polícia brasileira quando, dois dias depois do desaparecimento da sua cliente, lhes enviou um fax onde assumia que, após um telefonema que esta lhe fizera na véspera, deslocara-se de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, onde ficara agendado, pelas 20h, um encontro entre os dois. Segundo o próprio, a chamada teria sido efectuada para o número de telemóvel que forneceu à Polícia. (in, Jornal Sol).