a solução do Brasil funcionará apenas a curto prazo, podendo-se tornar num perigoso cavalo de tróia
Compra de activos aos Estados em dificuldades pode ajudar a resolver a crise.
Se o Brasil quiser ajudar a resolver a crise internacional, conforme tem garantido o Governo, deve aproveitar o momento para comprar empresas portuguesas. Esta foi uma das mensagens deixadas pelo FMI, nos encontros anuais com o Banco Mundial, que terminam hoje.
"O Brasil pode transformar-se num bom exemplo de como as economias emergentes podem ajudar a resolver a crise", garantiu António Borges, director do FMI para a Europa, este fim-de-semana. Basta para isso que aproveite o momento que atravessa a economia portuguesa. "Portugal tem um programa de privatizações que pode ter um impacto muito grande" na diminuição do endividamento do Estado, explicou o responsável. "O Brasil pode usar isso para entrar na Europa e, se isso acontecer, vai ser muito útil", defendeu António Borges.
A questão sobre como podem as economias emergentes ajudar evitar uma nova grande recessão económica está cada vez mais em cima da mesa. Primeiro, foi o ministro das Finanças brasileiro a disponibilizar ajuda à zona euro; na semana passada, Dilma Rousseff voltou a sublinhar a intenção na Assembleia Geral da ONU; e este fim-de-semana os líderes do FMI e do Banco Mundial repetiram a importância da cooperação entre todas as economias.