GOVERNO PREPARA DESPEDIMENTO DE 50.000 TRABALHADORES DA FUNÇÃO PÚBLICA

2012 será o ano negro do apocalipse económico português com despedimentos em massa 

Um em cada dez trabalhadores vai ter de sair do Estado nos próximos quatro anos. O objectivo é reduzir a despesa. Até ao final desta legislatura, o Governo quer tirar 40 a 50 mil trabalhadores da administração central, com o objectivo de a tornar menos onerosa para os cofres do Estado. Isto é, em quatro anos, reduzir um em cada dez funcionários públicos, revelou, em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo, Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública. O corte agora proposto é menor do que o que o PSD prometia, no seu programa eleitoral, quando pretendia aplicar a regra de cinco por um, o que resultaria, ao actual ritmo de reformas, num corte de 70 mil funcionários. Os dados do Boletim do Observatório do Emprego Público mostram que, no final de Junho, a redução do número de trabalhadores do Estado era inferior ao exigido pela troika. Deste modo, o Governo tem que aumentar, no próximo ano, as limitações às contratações e o ritmo de redução dos trabalhadores, que será de cerca de 2% ao ano. Os sindicatos da função pública já reagiram. Ouvida pela TSF, Ana Avoila, da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, considerou excessivo este corte. "Esta medida não faz sentido. Neste momento, há trabalhadores a menos na administração pública, porque nos últimos anos saíram 150 mil", afirmou. Também Nobre dos Santos, da Fesap, afirmou que a situação que actualmente se vive na administração pública é "insustentável", pelo que as afirmações do Executivo "são destituídas de fundamento".