Portugal roto e descalço avança, perante a inflexibilidade dos políticos cegos e troikistas
A Cáritas está a ficar sem capacidade para responder ao crescente número de pedidos.
O aumento do desemprego, a perda de subsídios, a subida das rendas de habitação e a precariedade laboral são as principais razões que colocam cada vez mais portugueses em dificuldade e a necessitar do apoio de instituições de solidariedade social.
Segundo os dados só da Cáritas Portuguesa, desde o início do ano já foram ajuda-dos mais de 28 mil agregados familiares, correspondentes a 66 525 pessoas. No mesmo período foram recebidas inscrições de 4645 novas famílias (média de 516 por mês), equivalentes a 12 535 novas pessoas apoiadas (1392 por mês). E, no terreno, constata-se que o perfil daqueles que pedem apoio está a mudar rapidamente.
Novos pobres são já da classe média
Muitos dos novos pedidos de ajuda que as Cáritas diocesanas recebem vêm de famílias de classe média. São casos de agregados que perderam direito a algum tipo de subsidio, noutras um ou os dois membros do casal ficaram no desemprego ou em situações de emprego precário.
"Há ainda casos de famílias que não conseguem aguentar as medidas de austeridade já impostas pelo Governo", revela Eugénio Fonseca.