MANIFESTAÇÕES CONTRA A TROIKA PELOS MILITARES E TRABALHADORES DA FUNÇÃO PÚBLICA

segue-se uma manifestação dos militares no próximo dia 30 frente ao Palácio de Belém

Este sábado foi dia de manifestações em Lisboa. No Marquês de Pombal reuniram-se os trabalhadores da administração pública, no Rossio, os militares. Em ambos os protestos o alvo foi o Governo e as medidas de austeridade. Milhares de funcionários públicos de todo o País concentraram-se no Marquês de Pombal para, por volta das 15 horas, começarem a descer a Avenida da Liberdade, em sinal de em protesto contra os cortes salariais e dos subsídios de férias e de Natal previstos no Orçamento do Estado para 2012. A manifestação foi marcada pelas três estruturas sindicais da função pública, Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) mas muitos outros sindicatos juntaram-se ao protesto que serviu de ensaio à greve geral marcada para o próximo dia 24. O protesto deste sábado é a «demonstração clara do descontentamento dos trabalhadores da administração pública contra uma série de medidas de que estão a ser vítimas sem razão absolutamente nenhuma». A manifestação juntou cerca de 180 mil pessoas , entre polícias, militares da GNR, guardas prisionais, médicos, bombeiros, enfermeiros, funcionários judiciais, professores, e muitos outros. que desfilaram desde o Marquês de Pombal até aos Restauradores.

Ao mesmo tempo, os militares juntaram-se numa marcha silenciosa entre o Rossio e o ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, em sinal de protesto contra a política de austeridade do Governo, naquele que, segundo a organização, foi o maior protesto de sempre das Forças Armadas, reunindo cerca de 10 mil pessoas. A manifestação reuniu militares dos três ramos das Forças Armadas e contou com a participação do capitão de Abril Vasco Lourenço que defendeu ter ficado «demonstrado que os militares são democratas, patriotas e não será deles que virá mal para a democracia portuguesa». «Ficou demonstrado que as Forças Armadas estão indignadas com a forma como a condição militar tem sido degradada e estão indignadas com a forma como o poder está a encarar a crise que estamos a atravessar, prejudicando sempre os mesmo em beneficio também dos mesmos, isto é, beneficiando o capital em detrimento do trabalho», disse Vasco Lourenço. No final da manifestação, os militares aprovaram uma moção que prevê uma concentração em frente à residência oficial do Presidente da República, dia 30 de Novembro, data em que o Orçamento do Estado para 2012 deverá ser aprovado na Assembleia da República. A vigília terá como objectivo apelar a Cavaco Silva, comandante supremo das Forças Armadas, para não promulgar o Orçamento. O presidente da República foi um dos visados nos discursos que encerraram a manifestação, sendo que as referências a Cavaco Silva desencadearam sempre uma forte vaia entre os manifestantes.