GREVE GERAL NO REINO UNIDO PROMETE MOBILIZAÇÃO TOTAL

desde os tempos de Tatcher que não se via uma mobilização popular tão forte em Inglaterra

Os cortes nas pensões da função pública que deverão afectar mais de dois milhões de britânicos estão na base da greve geral que promete paralisar hoje o Reino Unido, mas há muitas mais reformas que vão levar um número elevado de pessoas à rua. "Esta acção vai acontecer. Não há hipótese absolutamente nenhuma de qualquer acordo", dizia ontem à Reuters Dave Prentis, líder da Unison (maior central sindical britânica, que representa 1,4 milhões de funcionários públicos), acrescentando que já há planos para novas paralisações no início de 2012 se o governo de coligação não ceder. De acordo com 30 sindicatos que vão participar na greve geral, espera-se que a adesão à greve de hoje supere a mobilização de 1979 contra as reformas neoliberais do governo de Margaret Thatcher. E até os três milhões de britânicos de 1926, que continua a ser a maior mobilização do género na história do país. "Este é um dia importante, bem mais importante do que as pessoas julgam. Quando se escreverem livros de História sobre a política deste país, 30 de Novembro de 2011 será sempre referido", acrescentou Prentis. Está previsto que 90% das 22 mil escolas públicas fiquem fechadas hoje. Várias companhias aéreas confirmaram ontem a redução no número de voos para o Aeroporto de Heathrow (em Londres, o mais movimentado da Europa), por receio de que haja longos atrasos e enchentes de passageiros no aeroporto. De acordo com a Trades Union Congress (TUC), a central sindical que está a coordenar a paralisação, estão previstas mais de mil manifestações em várias partes do país.